A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, afirmou à militância do PT neste sábado, 9, que é preciso parar de usar o termo "bolsonarismo" e substituí-lo por "fascismo". Janja participou de uma mesa na Conferência Eleitoral e Programa de Governo PT, em Brasília, e afirmou que "se tudo der certo", o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) logo estará preso.
"Eu estou convencida que a gente precisa deixar de usar o termo 'bolsonarismo'. Esse cara, o inominável, está inelegível e, se tudo der certo, logo ele vai estar ó (faz o símbolo de 'atrás das grades' com as mãos)", afirmou.
"A gente precisa começar a chamar as pessoas de fascista, porque é isso que elas são. É o fascismo que mata, que nos anula, que quer nos anular. Então, a gente precisa deixar esse período para trás e mudar, virar essa chave, começar a usar o termo 'fascista'. Deixar esse cara lá no lugar que lhe é de direito para a história, que é nada, a lata do lixo."
Após as falas, Janja mostra um sinal com o dedo imitando grades, o que significa cadeia.
A primeira-dama cita a inegabilidade de Bolsonaro ocorrida por duas vezes neste ano, decidida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que acusa o ex-chefe do executivo por suposto abuso de poder político, por uma reunião em que contestou o dispositivo de votação eletrônica perante diplomatas por 5 votos a 2.
Em outubro, o TSE impôs outro revés a Bolsonaro e o condenou novamente à inelegibilidade por um novo placar de 5 votos a 2. O general Walter Braga Netto, vice na chapa, também foi declarado inelegível. Os ministros também estabeleceram uma multa no valor de R$ 425 mil.
O TSE julgou três ações que acusam Bolsonaro e o seu candidato a vice-presidente, General Braga Neto, também de abuso de poder político, econômico e conduta vedada nas comemorações do dia 7 de setembro. A maioria dos ministros da Corte Eleitoral consideraram que ambos usaram as cerimônias oficiais para fazer campanha e tentaram instrumentalizar as Forças Armadas para turbinar sua candidatura.
Reações à Janja
Vários deputados, senadores e líderes da direita brasileira reagiram nas redes sociais sobre as declarações da primeira-dama que sugerem a prisão de Bolsonaro. Dentre elas, uma que chamou a atenção foi a declaração da ex-deputada estadual e articuladora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, a jurista Janaina Paschoal, que afirma em um post que “não há motivo para prender Bolsonaro”; e acrescentou que “a Sra. Janja é a primeira-dama e adota um to provocativo com boa parte dos brasileiros. E ainda que houvesse, seria assunto da Justiça. Pessoas maduras agindo como crianças o tempo todo. É triste!” – se referindo a postura controversa da esposa de Lula.
O deputado estadual pelo Ceará, Carmelo Neto, anunciou em suas redes sociais que pedirá uma investigação contra Janja:
"ATENÇÃO! Solicitarei abertura de investigação contra Janja pelas declarações de ontem. Inaceitável.
- Existe um plano?
- Com base em que ela fundamenta a prisão do presidente Jair Bolsonaro?
A verdade é que ela não é, nem pode pensar que é, dona do País. Não basta gastar nosso dinheiro com viagens intermináveis sem trazer benefício algum... agora ela quer perseguir ou, pior ainda, ameaçar de prisão um adversário político?
A sanha autoritária desse povo não tem limites. Quanto mais se sentem ameaçados de perder o poder, mais se entregam a delírios e ameaças... voltaremos mais fortes."
Assista as falas de Janja: