A cerimônia começará oficialmente quando Milei tomar posse no Congresso em Buenos Aires, às 11h (mesmo horário em Brasília). O ex-presidente Jair Bolsonaro está com uma comitiva acompanhando a posse do novo presidente argentino.
Nesta comitiva brasileira estão deputados, senadores, líderes da direita e entre eles, os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Jorginho Mello (SC), Cláudio Castro (RJ) e Ronaldo Caiado (GO).
O presidente Lula (PT), por ser de esquerda, decidiu não comparecer à posse, que enterra definitivamente seus amigos políticos na argentina – o Kischnerismo representado pela vice-presidente Cristina Kischner e pelo presidente Alberto Fernández – que deixa o cargo hoje.
Fernández entregará o cinturão e o bastão presidencial ao novo presidente argentino.
A vice-presidente eleita Victoria Villarruel também tomará posse no Congresso.
Como parte do acordo, Milley fará um discurso aos legisladores.
O político ultraliberal também teve que se dirigir ao povo argentino num palco montado em frente ao Congresso.
Em seguida, Milei seguirá até o Palácio Rosa, onde deverá descer na Plaza de Mayo em frente à sede administrativa e caminhar até a entrada.
Na parte da tarde, os ministros de Milei deverão tomar posse à tarde. Mais a noite, haverá uma apresentação especial no Teatro Colón, em Buenos Aires.
Desafios
Milei derrotou o líder do governo peronista Sergio Massa no segundo turno, em 19 de novembro, e agora enfrenta o desafio de evitar que a inflação suba ainda mais. A taxa de inflação anual foi de 142,7% nos 12 meses até outubro, tendo aumentado 50,3 pontos percentuais em 2023 e estado acima dos três dígitos há nove meses.
O próximo resultado da inflação está previsto para ser divulgado na quarta-feira, 13 de dezembro de 2023, com a taxa acumulada em 12 meses até novembro. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o país sofre as consequências de “soluções fáceis” do passado que causaram problemas de médio e longo prazo. Ele também conversou com o futuro ministro da Economia do país, Luis Caputo, sobre ajuste fiscal. “A Argentina é um exemplo de abandono de metas fiscais e monetárias. Recuperar essa credibilidade é muito difícil porque haverá uma parte [de ajuste] fiscal muito apertada e isso se tornará politicamente inviável em algum momento”, afirmou.
Milei apresentará ao Congresso argentino um texto para reformar o Estado. Prometeu tomar todas as medidas necessárias para levar a cabo reformas profundas em diversas áreas, tais como os sectores económico, financeiro, político e laboral. Durante a campanha eleitoral, Milei prometeu fechar o Banco Central, responsável por controlar o poder de consumo das famílias. No entanto, nomeou Santiago Bausili como o presidente que assumirá a autoridade monetária.
A perda de poder de compra levou o país a ter 40,1% da população abaixo da linha da pobreza. No segundo semestre, eram 11,8 milhões de pessoas que não tinham dinheiro suficiente para cobrir as próprias despesas. Para tentar controlar a trajetória explosiva da inflação, o Banco Central da Argentina aumentou a taxa de juros para 133% ao ano no dia 13 de outubro. Está acima dos três dígitos desde agosto deste ano.
A dívida bruta do país era de 88,4% do PIB no segundo trimestre de 2023, sendo 57 pontos percentuais em moeda estrangeira e 31,2 pontos percentuais em moeda nacional. Foi de 85,2% em 2022 (57 p.p. externos e 28,2 p.p. internos). O baixo stock de reservas internacionais agrava ainda mais a situação. O montante total das reservas internacionais era de 77,5,7 mil milhões de dólares há mais de quatro anos e meio (9 de Abril de 2019). No entanto, caiu para US$ 21,2 bilhões em novembro de 2023.