A prefeitura de Laranjeiras do Sul por meio de nota oficial assinada pelo secretário municipal de Comunicação, Luiz Roberto Almeida, justificou a não realização do desfile cívico programado para o próximo dia 30 de novembro, data em que se comemora a emancipação política da cidade.
“Esta Administração Municipal sempre olhou com bons olhos para o Desfile Cívico que tradicionalmente alude ao aniversário de emancipação político-administrativa do Município, em 30 de novembro, por tratar-se de uma oportunidade ímpar de reunir as mais distintas gerações, independentemente de classe social, raça, crédulo ou opção sexual, em torno da mesma causa: a manifestação coletíva de amor e respeito a Laranjeiras do Sul. Todavia, se faz necessário asseverar que sua organização consome recursos públicos em níveis que consideramos altos para o momento de queda de receita pelo qual atravessam os municípios brasileiros.”
“O verão severo previsto pela meteorologia também nos convldou a uma reflexão sobre a exposição dos nossos alunos (sobretudo os mais pequenos) aos intensos raios solares que, via de regra, o último dia de novembro nos proporcíona. Ante aos motívos acima expostos, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura sugeriu ao chefe do Executivo Municipal a não realização do referido evento neste ano. Pedido acatado, o Desfile Cívico está suprimido do calendário municipal de eventos de 2023.
Por outro lado, o "Réveillon de Laranjeiras" e o "Natal de Laranjeiras" serão mantidos. O esforço em ambos os casos encontra fundamento no fato de que são atrações com potencial de aquecer a economia municipal, uma vez que atraem público de toda a região - sem falar em sua simbologia latente no coraçâo das pessoas.”
Em entrevista para o Jornal Correio do Povo do Paraná, o prefeito Berto Silva justificou a medida, conforme trecho reproduzido a seguir.
“Berto destaca que durante a campanha eleitoral no ano passado, antes mesmo do resultado, frequentemente dizia aos secretários que deveriam se preparar para um ano desafiador, independentemente do resultado da eleição. “Sabia que ficaríamos frente a dificuldades significativas devido às despesas extraordinárias do país durante a pandemia, e no ano da eleição. Desde então, tomamos medidas para economizar recursos, sem deixar que prejudicasse os setores”, explica.
Conforme ele, a prefeitura não interrompeu projetos, mas sim, continuou investindo em áreas cruciais como infraestrutura, pavimentação e outros setores municipais.
De janeiro a junho, em comparação ao ano anterior, o município recebeu um aumento de 4% na parcela do FPM. No período de julho a setembro, uma queda de 30% no repasse foi registrada, e resultou em uma perda de aproximadamente R$ 2 milhões. “Se a arrecadação fosse semelhante à do ano passado, ainda assim os municípios teriam dificuldade. Nossos custos aumentaram muito. Nossa folha, por exemplo, cresceu 7%, já que um acréscimo salarial foi registrado”, enfatiza o prefeito.
“O governo tem anunciado que o país cresceu quase 3% no primeiro semestre, o PIB, quase 3% e que a inflação os juros começaram a cair. Se a economia não desacelerou porque o dinheiro das prefeituras diminuiu? É isso que queremos entender”, indaga Berto.
Obras
Apesar desses desafios, Silva comemora o progresso no andamento das obras, incluindo a reforma do terminal rodoviário, a ampliação da capela mortuária, projetos de pavimentação e outras melhorias, todos financiados com recursos já reservados. “Não iniciamos novos projetos se não tivermos recursos necessários, mas nossa intenção é manter o compromisso com o progresso e o bem-estar da comunidade”, destaca o prefeito.
Além disso, conforme ele, a prefeitura busca parcerias com indústrias e empresas que estão se estabelecendo na cidade, visando gerar empregos e estimular o crescimento econômico local.”