Após oito anos atuando em Araucária, o promotor de justiça João Carlos Negrão deixou a cidade. Ele era o titular da Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Araucária e se notabilizou por ser um dos responsáveis pelas operações Fim de Feira e Sinecuras, que levaram à prisão de três ex-prefeitos e uma penca de vereadores.
João Negrão chegou a cidade como promotor substituto em dezembro de 2015 e no final do ano seguinte se tornou o titular da 5ª Promotoria de Justiça, responsável pelas investigações de ações na seara do patrimônio público.
O trabalho realizado em Araucária fez com que Negrão ganhasse notabilidade em todo o Ministério Público do Paraná e também do Brasil. Tanto é que em 2022 foi convidado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para assessorá-lo junto ao Ministério Público da União, em Brasília.
Em Brasília, onde segue atuando, Negrão trabalha na Assessoria Jurídica Criminal no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lá, embora não confirme, participa de investigações nacionais como a de suspeita de prática de crimes de corrupção em governos da região Norte do Brasil e também na operação que apura eventuais crimes cometidos no âmbito dos chamados atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A saída de Negrão do Ministério Público de Araucária acontece em razão de uma espécie de promoção. Isto porque ele foi convidado pela Corregedora-Geral do MPPR, Rosângela Gaspari, para assessorá-la junto à Corregedoria-Geral do Ministério Público do Paraná. Lá, será um dos responsáveis pelas correições que percorrem o Estado para fiscalizar a atuação das promotorias em todos os municípios paranaenses.
Membro do MP desde 2010, Negrão já atuou em comarcas como Medianeira e Toledo. Foi em Araucária, porém, que sua atuação ganhou destaque. Esteve à frente da força tarefa da operação Fim de Feira, que foi a responsável pela prisão do ex-prefeito Rui Sérgio Alves de Souza, isto em dezembro de 2016. Nos anos seguintes, liderou a operação Sinecuras, que prendeu quase todos os vereadores da legislatura 2013-2016, além de uma renca de secretários municipais que integrou a administração naquele mesmo quadriênio. Foi ele também quem assinou a peça que culminou com a prisão do ex-prefeito Olizandro José Ferreira em 2018 e de outro ex-prefeito: Wilson Roberto David Mota, que administrou a cidade por 10 dias em 2016, quando Rui foi preso. As acusações contra esses políticos históricos de Araucária foram da prática de crimes como lavagem de dinheiro, concussão, peculato, formação de quadrilha, fraude a licitações, dentre outros.
COMENTÁRIO DO JACU:
O vivente é competente, natural que suba de cargo e de patamar. Deixou muito político ladrão preso e se ficasse na cidade de Araucária, poderia correr risco. Pronto.