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Governo Lula ameaça deputados que assinarem CPMI, denuncia Zé Trovão


Deputado afirma que possível coação aconteceu em reunião com presença do ministro Alexandre Padilha

O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) afirmou no plenário da Câmara nesta quarta-feira, 08, que o governo Lula (PT) teria convocado os deputados novatos ao Palácio do Planalto e intimidado eles para que retirassem seus nomes do requerimento para abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos de 8 de janeiro.

“Estão convocando os parlamentares novos até o Palácio do Planalto para intimidá-los. Quem não tirar a assinatura da CPMI, não vai receber o dinheiro, que é um direito nosso para levar ao estado. E, eu estou dizendo isso porque fui até lá hoje nessa reunião, para saber o que eles iam falar. E eles têm a cara de pau de querer coagir os novos deputados que chegaram na casa”, acusou Zé Trovão.

A reunião teria sido convocada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, pela manhã de quarta-feira e contou com a presença de deputados eleitos pelo Sul e Centro Oeste do país. A reunião também constou na agenda oficial do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).

O ministro publicou um vídeo dizendo que as acusações são mentirosas. “O que vai existir da minha parte e do governo, [é que] nós vamos dialogar com o parlamento, com os deputados, para tentar convencê-los que não é a melhor forma de apurar quem financiou, quem organizou”, explicou.

CPMI

Deputados da oposição iniciaram a coleta de assinaturas para a CPMI e protocolou o pedido em 27 de fevereiro, requerimento de abertura da comissão.

O documento tem os nomes de 189 deputados e 33 senadores e pede “a criação de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito com a finalidade de investigar os atos de ação e omissão ocorridos no último dia 8 de janeiro nas Sedes dos Três Poderes da República, em Brasília”.

A administração de Lula é contrária a uma CPI, pois há receio de que de alguma forma possa virar um palco para a oposição.

Zé Trovão

O deputado federal eleito em outubro de 2022, ficou conhecido como apoiador do presidente Jair Bolsonaro junto a movimentos de caminhoneiros. Já foi indiciado e preso a mando do ministro Alexandre de Moraes (STF) ao inquérito dos atos antidemocráticos (inquérito do fim do mundo). A velha imprensa acusa Zé Trovão de incentivar “contra a democracia” nos movimentos de 7 de setembro de 2021. 

Antes de ser preso, Zé Trovão chegou a passar dois meses foragido, parte do período no México.

Por decisão do STF, a prisão foi substituída por medidas alternativas. Entre elas, uso de tornozeleira eletrônica, restrição de viagens e bloqueio de redes sociais. Por determinação da justiça, Zé Trovão também não pode conceder entrevistas. Somente tem a liberdade de fala durante seus discursos no Plenário da Câmara dos Deputados. 

Essa é a “democracia”. 

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