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Ex-ministro do MEC, Milton Ribeiro, é preso em operação; Bolsonaro diz que não interfere na PF


Operação também tem alvo dois pastores acusados de lobby junto ao ministério 

A Polícia Federal cumpriu um mandado preventivo de prisão contra o ex-ministro Milton Ribeiro, em Santos (SP), por meio da Operação “Acesso Pago”, acusado de irregularidades no Ministério da Educação (MEC). 

Segundo a PF, a operação tem objetivo de investigar a prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos públicos junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão vinculado ao MEC. 

Também foram cumpridos mandados contra os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados de pedirem propina para que prefeitos fossem beneficiados com recursos do MEC. Eles teriam intermediados reuniões com prefeitos no ministério que resultaram pagamentos e empenhos de R$ 9,7 milhões dias ou semanas após os encontros. 

As investigações da PF também apontam que os pastores atuavam como lobistas e viajavam em voos da FAB, onde abririam as portas abertas do gabinete do ministro para prefeitos e empresários. 

Os mandados foram assinados pelo juiz federal Renato Borelli, que recentemente ordenou a obrigatoriedade do uso de máscaras em órgãos federais, indo de encontro com medidas adotadas pelo Ministério da Saúde. 

A decisão judicial determinou que o ex-ministro Milton Ribeiro deve ser levado à Brasília para que seja realizada audiência de custódia ainda nesta quarta-feira. 

Além do mandato ao ex-ministro, estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, além de outros quatro mandados de prisão nos Estados de Goiás, São Paulo, Pará e Distrito Federal. 

Também, há medidas cautelares, como a proibição de contatos entre investigados e envolvidos.

Repercussão

O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre a prisão do ex-ministro durante uma entrevista qual ele concedia ao vivo a uma rádio. 

“O caso do Milton, pelo que eu estou sabendo, é aquela questão que ele estava, estaria com a conversa meio informal demais com algumas pessoas de confiança dele. E daí houve denúncia que ele teria buscado prefeito, gente dele para negociar, para liberar recurso, isso e aquilo. E o que aconteceu? Nós afastamos ele. Se tem prisão, é Polícia Federal. É sinal que a Polícia Federal está agindo”, disse em entrevista na manhã desta quarta-feira à rádio Itatiaia.

“Ele responda pelos atos dele. Eu peço a Deus que não tenha problema nenhum. Mas, se tem algum problema, a PF está agindo, está investigando, é um sinal que eu não interfiro na PF, porque isso aí vai respigar em mim, obviamente”, declarou.

O presidente afirmou não ter como controlar tudo o que acontece em seu governo. “Eu tenho 23 ministros, tenho mais de uma centena de secretários, mais de 20 mil cargos em comissão. Se alguém faz algo de errado, pô, vai botar a culpa em mim? Vinte mil pessoas. Logicamente, a minha responsabilidade é afastar e colaborar com a investigação. Pode ter certeza que essa investigação, além da PF, não interfiro, deve ter Controladoria-Geral da União, aí sim é um ministério meu, etc. E ajudando para elucidar o caso”, disse.

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