Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal informou que o principal investigado da Operação Disclosure foi preso em Madri, capital da Espanha. O ex-CEO da empresa Americanas S.A., cujo nome não foi revelado pela Polícia Federal, estava sob mandado de prisão preventiva e foi detido pela Interpol. Essa prisão é resultado de uma cooperação internacional iniciada pelo Núcleo de Cooperação Internacional da PF no Rio de Janeiro (NCI/Interpol/RJ) após a inclusão do seu nome na lista de Difusão Vermelha (Red Notice).
Uma ex-diretora da empresa, que está no exterior, continua foragida.
Os ex-diretores são acusados de participação em fraudes contábeis que totalizam R$ 25,3 bilhões, segundo a Polícia Federal. Além dos mandados de prisão preventiva, os agentes cumpriram 15 mandados de busca e apreensão nesta quinta-feira (27), além de realizar o sequestro de bens e valores autorizados pela Justiça, totalizando mais de R$ 500 milhões.
As investigações contaram com a colaboração da atual diretoria do grupo Americanas e também tiveram a participação do Ministério Público Federal (MPF) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com a PF, os alvos da operação praticaram fraudes contábeis relacionadas a operações de risco sacado, que envolvem antecipação de pagamento a fornecedores por meio de empréstimos junto aos bancos.
A PF também identificou fraudes em contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que são incentivos comerciais normalmente utilizados no setor. No entanto, no presente caso, foram contabilizadas VPCs que nunca existiram, conforme informado em nota oficial.
O grupo Americanas, por meio de comunicado, reiterou sua confiança nas autoridades que investigam o caso e destacou que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria. A empresa acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.