Enquanto a Beija-Flor de Nilópolis coloria a Marquês de Sapucaí com o enredo "Maravilhosa Ilha de Tamandaré - O Show do Samba", homenageando Maceió, uma sombra de desumanidade pairava sobre a festa. A alegria do carnaval contrastava com a dura realidade das famílias ainda sofrendo com o afundamento de solo em Maceió, causado pela Braskem.
No centro da controvérsia, o deputado Arthur Lira (PP-AL), figura central no carnaval da Beija-Flor, com direito a camarote VIP e samba no pé. Para o controverso senador Renan Calheiros (MDB), a presença de Lira era um espetáculo de insensibilidade, enquanto as vítimas da Braskem ainda aguardam indenização.
Em seu Twitter, Calheiros detonou: "As vítimas da Braskem estão abandonadas, mas os foliões que coreografaram acordos ilegais deliram na avenida, inebriados pelo dinheiro público. Preço tem: R$ 8 milhões da prefeitura de Maceió torrados no Rio. É desumano e cruel."
Lira, por sua vez, ignorou as críticas e exaltou o "momento histórico" e a oportunidade de "exibir com orgulho nossas raízes ao mundo".
A divisão entre festa e sofrimento é um retrato cruel da realidade de Maceió. De um lado, o glamour do carnaval, bancado com R$ 8 milhões da prefeitura. Do outro, famílias desamparadas, ainda lutando por justiça e reparação.
A pergunta que fica no ar é: enquanto alguns se divertem com o dinheiro público, quem pagará o preço da tragédia?
Veja o Tweeter de Calheiros:
As vítimas da Braskem estão abandonadas, mas os foliões que coreografaram acordos ilegais deliram na avenida, inebriados pelo dinheiro público. Preço tem: R$ 8 milhões da prefeitura de Maceió torrados no Rio. É desumano e cruel. Merece nota zero em todos os quesitos.
— Renan Calheiros (@renancalheiros) February 12, 2024