O demitido Fernando Diniz, atual técnico somente agora do Fluminense (Foto: Vitor Silva/CBF)
Treinador do Fluminense sai do Brasil depois de seis jogos, com três vitórias, um empate e só duas vitórias
Um dia depois de retornar à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ednaldo Rodrigues demitiu o técnico Fernando Diniz da seleção brasileira. O dirigente quer contratar Dorival Junior, atual treinador do São Paulo, para comandar o time nacional. A intenção de Ednaldo é ter Dorival em tempo integral, sem compartilhar suas atenções com o clube paulista.
A decisão foi informada pelo próprio Ednaldo a Diniz em conversa pelo telefone na manhã desta sexta-feira, poucas horas depois de o presidente da CBF conseguir liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) que o colocava de volta no comando da entidade que regula o futebol nacional.
“A CBF agradece a Fernando Diniz pelo trabalho feito, por toda a sua dedicação e seriedade e pelo desafio de renovar a seleção brasileira durante o período em que esteve à frente da equipe. Desejamos toda sorte a Fernando Diniz”, disse a entidade em nota.
A passagem de Diniz pela seleção brasileira foi muito curta. Interino e dividido entre CBF e Fluminense, o treinador teve de lidar com a sombra do italiano Carlo Ancelotti, que era esperado pela cúpula da entidade, mas preferiu ficar no Real Madrid e renovar seu contrato.
O contrato de Diniz com a CBF valia até julho de 2024 e previa ainda o comando da equipe em amistosos com Espanha e Inglaterra, em março, e outros dois jogos em junho, antes da Copa América.
Diniz dirigiu a seleção em só seis partidas, todas pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo dos EUA, México e Canadá, que será disputada em 2026. Foram mais derrotas que vitórias. Com ele, o Brasil perdeu para Uruguai, Colômbia e Argentina, ganhou de Bolívia e Peru e empatou com a Venezuela.
Ainda na noite de quinta, Ednaldo ligou para o presidente do Fluminense, Mario Bittencourt para explicar seus novos planos à frente da CBF. Sabendo da renovação do técnico Carlo Ancelotti com o Real Madrid, o presidente da confederação decidiu que era a hora de antecipar a contratação de um técnico definitivo para a seleção.
Quando contratou Diniz, no meio do ano passado, Ednaldo tinha feito acordo com Bittencourt para poder contar com o técnico do Fluminense, dividindo funções entre clube e seleção. O dirigente do Flu, então, foi o primeiro a receber uma ligação do presidente da CBF. Nesta manhã, Ednaldo falou por telefone com Diniz para explicar a situação, indicando sua saída.
Ednaldo se apressou em dispensar Diniz porque não tinha interesse em mantê-lo no cargo, principalmente porque o Brasileirão não vai parar durante a disputa da Copa América. Assim, esse cenário de dupla função do técnico seria complicado para o treinador, seleção e Fluminense. Também pesaram contra o treinador os resultados ruins à frente da equipe nacional, apenas a sexta colocada das Eliminatórias.
Diniz teve um dos piores desempenhos no comando da seleção brasileira. Ele sai do cargo depois de seis meses com aproveitamento de só 38%. Seu foco passa a ser totalmente o Fluminense. Parte do elenco, formada em sua maioria por jogadores que não estiveram na disputa do Mundial de Clubes, já voltou para a pré-temporada no CT Carlos Castilho.
Quem será o novo técnico da seleção?
O principal alvo de Ednaldo Rodrigues para o cargo de técnico da CBF é Dorival Junior, que está no São Paulo. Ele assumiria de vez o posto, mirando o Mundial de 2026. Contatos já foram feitos entre as partes, mas não houve formalização de proposta
Ednaldo solicitou a Casares que consultasse o treinador sobre a ideia antes de apresentar uma proposta formal a Dorival. O presidente do São Paulo pediu tempo até segunda-feira para responder. O Estadão descobriu que a oferta, assim, deve ser confirmada na segunda, quando a CBF termina sua pausa de fim de ano e volta a funcionar normalmente em sua sede.