O ex-presidente dos EUA é investigado na Geórgia em um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota naquele estado nas eleições presidenciais de 2020. Ele já pagou a fiança e foi liberado.
Donald Trump se entregou nesta quinta-feira, 24, em uma prisão de Atlanta, na Geórgia, no âmbito de um processo em que é acusado de tentar reverter sua derrota nas eleições de 2020 naquele Estado americano.
Na última terça, Trump anunciou na sua rede social, a Truth Social, que se apresentaria à Justiça. Na mensagem, Trump afirmou que a sua "viagem" à cidade de Atlanta não seria por ter cometido um homicídio, mas por ter "feito uma ligação".
O ex-presidente se referiu na postagem sobre um dos pontos principais da acusação: a gravação em que o ex-presidente pede ao secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, para "encontrar" votos suficientes para vencer naquele estado, com o intuito de afastar o então candidato presidencial democrata, o atual presidente Joe Biden, da Casa Branca. A chamada telefônica em questão foi feita em 2 de janeiro de 2021.
Trump está sofrendo uma perseguição implacável da justiça americana com tendências democratas: esta é a quarta ação criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos e o segundo em que é acusado de tentar subverter os resultados da votação.
Trump foi liberado em seguida da prisão do condato de Fulton após os procedimentos judiciais legais após sua apresentação. Não há informações que o ex-chefe de Estado poderia ter que tirar uma "mug shot", a tradicional foto dos detidos, um procedimento habitual em alguns estados americanos e algo que, até então, Trump havia conseguido evitar.
A multa foi fixada em 200 mil dólares neste processo e o ex-presidente está proibido de contatar e de intimidar outros arguidos ou testemunhas do processo, inclusive nas redes sociais.
Outro acusado também de influenciar no pedido de uma suposta fraude, seria seu advogado pessoal, Rudy Giuliani, que se apresentou na quarta-feira, bem como o seu ex-chefe de gabinete, Mark Meadows, que se apresentou nesta quinta.
Willis propôs que a leitura das acusações aos arguidos decorra na semana de 5 de setembro e que o caso vá a julgamento em março.
A procuradora Fani Willis estabeleceu o prazo de até ao meio-dia desta sexta-feira (horário local) para que Trump e os restantes 18 arguidos do processo se entregassem na prisão do condado de Fulton para serem notificados.
Diante da situação, Trump teria contratado um novo advogado para cuidar desse processo na Geórgia, Steven Sadow, um profissional com escritório em Atlanta cujo site o define como um "assessor jurídico especial para a defesa de crimes de colarinho branco e casos de alto perfil".
Uma fonte próxima de Trump explicou à emissora que não se trata do desempenho de Findling, enquanto outra justificou a mudança porque Sadow é "o melhor advogado de defesa criminal da Geórgia".
Em um comunicado, o novo advogado de Trump na Geórgia considerou que o ex-presidente nunca deveria ter sido acusado neste caso e é "inocente de todas as acusações contra ele".
Também acrescentou que sua equipe espera que o caso seja arquivado ou que um júri de "mente aberta" acabe declarando Trump inocente. Ele também acusou os promotores de agirem a pedido dos opositores do republicano.
Eleições presidenciais 2024
Atualmente, Donald Trump lidera as pesquisas das prévias do partido Republicano.
No último domingo, Trump disse que não participará dos próximos debates das prévias republicanas por causa de sua grande vantagem nas pesquisas de opinião. Segundo o último levantamento divulgado pela CNN, o ex-presidente é o favorito, com 57% das intenções de voto nas primárias. Com a ausência de Trump, DeSantis seria o candidato mais bem avaliado no debate de 4ª feira. Ele aparece nas pesquisas com cerca de 17% de apoio.