Repercussão foi grande…
Um fato que gerou bastante repercussão durante esta semana e virou até em bate-boca na Assembleia Legislativa do Paraná, foi da imagens em que mostram a agressão a um morador de rua por parte de policiais militares em Pitanga, na região central do Estado.
Conforme a corregedoria da PM, os policiais envolvidos devem ficar afastados enquanto respondem aos processos instaurados internamente.
A ação foi filmada de dentro de um carro de um cliente que flagrou a abordagem de dois homens em um estacionamento de um supermercado. Um deles estava bêbado e não teria reagido a abordagem. Porém nas imagens, é possível ver os policiais falando com os dois homens no estacionamento de um supermercado. Eles, inclusive, levantam um dos abordados enquanto pedem para que eles saiam do local. Contudo, enquanto um deles se retira, um policial volta e dá um forte tapa no rosto outro, fazendo com que o homem se desequilibre e caia no chão.
O que chama a atenção é que o homem não havia reagido à abordagem e se encontrava visivelmente bêbado. Na sequência, dois policiais passam a arrastar o abordado para tirá-lo do local. Nesse momento, as calças do homem chegam a sair, e é possível ver que ele fica de cueca enquanto é arrastado no asfalto.
Conforme o comandante do 16º Batalhão da PM, tenente-coronel Flávio Vicente Ferraz, eles devem ficar fazendo serviços administrativos no setor que faz o despacho de viaturas. Dos três militares envolvidos, dois são alunos e ainda não se formaram. O comandante afirmou que os policiais não seguiram os protocolos da corporação.
“Nós devemos seguir alguns protocolos, e não foram seguidos alguns protocolos. Nós temos que respeitar a dignidade da pessoa humana. [...] Devem ser respeitados todos os direitos do cidadão, independentemente da condição em que ele esteja e o que ele esteja fazendo. Se deve tratar o cidadão bem”, afirmou o tenente-coronel.
Repercussão na Assembleia
O fato gerou uma confusão na Assembleia Legislativa na primeira sessão desta semana. O polêmico deputado estadual Renato Freitas (PT), fez um discurso contra todos os policiais militares do Paraná, acusando-os que todos agem dessa forma agressiva e também fez alegações de raça e cor.
Em reação às acusações aos PMs, o deputado estadual Soldado Adriano (PP), que é policial militar, ficou visivelmente irritado e chamou Freitas de “bosta”. Também afirmou que é negro e mesmo assim não se vitimiza como Freitas faz em quase todos os seus discursos. O PT prometeu entrar com ação no conselho de ética contra o deputado do PP.
Soldado Adriano se defende
“Eu primeiro quero dizer que tenho o mais profundo respeito a Polícia Militar, Polícia Civil, as forças de segurança no Estado do Paraná que desempenham um trabalho exemplar com muita excelência. Quero dizer que trabalhei por 10 anos na PM e sei o que eles enfrentam no dia a dia da sua profissão. Em nenhum momento quero defender fatos isolados dentro de qualquer instituição das forças de segurança. No caso esse fato de Pitanga que foi citado pelo deputado Renato Freitas, é um ato isolado, esse fato, com certeza, vai ser apurado por parte da Polícia Militar ou pelos órgãos competentes e aquelas que por ventura os fatos forem apurados e deverem, vão pagar pelos excessos que por ventura tenham sido cometidos ali.
O que não podemos aceitar é o fato de uma pessoa que é negra, que é meu caso, ficar com discurso de vitimismo. Ah porque sou negro, porque sou pobre; nosso país, nosso Estado é de gente que trabalha; pobre sai de casa todos os dias cedo para trabalhar e trazer o sustento pra dentro da sua casa, para cuidar da sua família. Enquanto aqui como deputado estadual, eu sempre vou defender as instituições de segurança pública do Estado que trabalham diuturnamente para prestar um trabalho de excelência e de qualidade para a população paranaense”, declarou o Soldado Adriano em um vídeo nas redes sociais justificando sua atitude em defesa à PM.
Assista as declarações do deputado e a reportagem do caso: