O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABR
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na tarde desta quinta-feira (11) a soltura do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. As informações são da CNN.
Segundo a decisão, no atual momento a manutenção da prisão não se revela mais proporcional, podendo ser “eficazmente” substituída por medidas alternativas. Ele não poderá sair do Distrito Federal; deverá ficar em recolhimento domiciliar no período noturno e sempre nos finais de semana; e deverá fazer uso de tornozeleira eletrônica.
Torres está afastado do cargo de delegado da Polícia Federal (PF) até que o STF delibere sobre o assunto. Ele deverá se apresentar em juízo todas as semanas sempre na segunda-feira.
Como está proibido de sair do país, deve entregar seu passaporte, que está cancelado. Também houve a suspensão de seu porte de arma de fogo e a proibição do uso de redes sociais e de se comunicar com os demais envolvidos no caso.
Prisão
Anderson Torres foi preso no dia 14 de janeiro após desembarcar no aeroporto de Brasília. Ele teve um mandado de prisão expedido por Moraes no dia 10 de janeiro – dois dias após os ataques criminosos contra as sedes dos Três Poderes em Brasília. Na ocasião, ele estava nos Estados Unidos.
Anderson Torres era o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no dia dos atos de vandalismo que serão investigados pela CPMI no Congresso a partir do dia 17 de maio. Ele foi acusado por Moraes de ser conivente e omisso na situação, não preparando um esquema capaz de proteger os Poderes contra os ataques, mesmo com a informação de que eles poderiam ocorrer.
A Procuradoria Geral da República (PGR) na última quarta-feira, 10, se manifestou que não há indícios da omissão de Torres nos atos de 08 de janeiro, junto as forças de segurança do Distrito Federal.
Tortura psicológica
Torres no último final de semana recebeu na cadeia a visita de vários senadores e deputados de direita que lhe manifestaram apoio e constataram que ele pediu mais de 12 quilos e está barbudo, com sintomas agudos de depressão e tendência a suicídio.